segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Praticar a arte do desapego



Praticar a arte do desapego não é algo tão fácil assim. As pessoas acreditam na idéia de que tudo que se tem por um momento, se terá pro resto da vida e não percebem que o tempo passa, o mundo muda e a as coisas se vão, um dia, mas se vão. Então temos a sensação de que nosso mundo cai e desce pela privada quando nos damos conta de que não temos mais o que tinhamos. O que fazer? Se jogar dentro da privada e tentar ir atrás do que se perdeu e ficar na merda? Ou aprender que tudo que temos hoje não teremos amanhã? Acho mais cabível a segunda opção hein, mas nem sempre é essa a que seguimos, nem sempre não, quase nunca, tomamos a atitude de manter a cabeça erguida e seguir adiante. Então mergulhamos numa idéia babaca, de ficar relembrando as coisas que passaram e de como eramos felizes quando tinhamos a maldita coisa que se foi. Aí a gente caí na santa idiotice de ficar se martirizando por qualquer lembrança e então perdemos o senso que passou, passou. E o que virá dirá. Sabias palavras. Aprender que a vida é cheia de histórias, cheia de contratempos e cheia de emoções que chegam, arrebatam e como num passo de mágica se vão. Se vão mesmo, assim como chegam, elas se vão e nada podemos fazer. Praticar a arte do desapego, essa arte inútil quando estamos vivendo grandes emoções e histórias fantásticas não parece ser tão fácil, mas é preciso. É preciso saber viver. É preciso. Mas quando estamos na linda fase de viver o fantástico a gente vive, se apega e depois só toma na tarraqueta, como diz minha mãe. Mas é assim baby, é assim. O que precisa ser mudado? Só precisamos de uma coisa, manter os pés firmes no chão sem pegar os balõeszinhos mágicos e sair flutuando por aí, porque não dá, definitivamente não dá. Ou então pratique a arte do desapego com naturalidade, palavra chave essa. Sinta, chore, se descabele, queira morrer, mas só por uma noite, só por um dia e nada mais. Afinal, se desapegar de algo que é tão importante assim, não é tão fácil. Mantenha a cabeça no pescoço, os pés no chão e não se apegue demais. Nada é tão nosso que não podemos perder. Pratique a arte do desapego ou então não pratique e fique dentro da privada.


Ouvindo: 
Cássia Eller - Nada vai mudar isto

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